Quem faz a história é o leitor. Por isso nem tudo deve ser descrito, para que os silêncios entre as palavras deixem espaço à sua imaginação.
Eu só apanhei estas palavras por aí e pouco mais fiz com elas.
Um pouco mais de poesia e seriam música, um pouco menos e seriam preces. Não te iluminam o caminho, são breves relâmpagos apenas.
Se te ajudar, fecha os olhos e lê.
Café
A minha avó sopra uma brasa. A brasa numa cama de caruma. Sopra.
Depois acende-se uma chama na caruma e nos olhos da minha avó.
Em breve o aroma do café da manhã atraía todos em redor da mesa da cozinha do forno.
Desde aquela brasa até à máquina de cápsulas de café passou tanto tempo que eu já não devia lembrar-me disto, mas sempre que tomo a bica sinto que me falta qualquer coisa.
E não é café.
<continua>