Relâmpagos

Quem faz a história é o leitor. Por isso nem tudo deve ser descrito, para que os silêncios entre as palavras deixem espaço à sua imaginação.

Eu só apanhei estas palavras por aí e pouco mais fiz com elas.

Um pouco mais de poesia e seriam música, um pouco menos e seriam preces. Não te iluminam o caminho, são breves relâmpagos apenas.

Se te ajudar, fecha os olhos e lê.

Café

A minha avó sopra uma brasa. A brasa numa cama de caruma. Sopra.

Depois acende-se uma chama na caruma e nos olhos da minha avó.

Em breve o aroma do café da manhã atraía todos em redor da mesa da cozinha do forno.

Desde aquela brasa até à máquina de cápsulas de café passou tanto tempo que eu já não devia lembrar-me disto, mas sempre que tomo a bica sinto que me falta qualquer coisa.

E não é café.

<continua>

Publicado por

Manuel Bastos