Cá estou eu em cima de um telhado novamente. Já há pessoas a temerem pela minha sanidade mental. Mas quem resiste a um cair da noite como este a anunciar o vento suão? ” Vermelho pró mar – suão a zurrar!”
A luz diminui lentamente e por isso mesmo torna-se mais preciosa a cada segundo.
Vai mudando de cor o céu; as sombras tomam conta dos becos, primeiro, e das ruas depois. Seguramente, o mundo visto por uma objectiva é um mundo diferente. Tudo tem um valor dramático.
As nuvens mudam de cor e de forma mas ainda há luz demais, a lua está longe ainda e aproxima-se do campo de visão indiferente à minha ansiedade. Eu espero o que for preciso para que ela entre no enquadramento, mas não tarda nada a iluminação pública virá estragar-me a fotografia. Vive-se cada fracção do tempo como se fosse uma eternidade.
Aí está! Agora não posso respirar, e confiro mentalmente: ASA 50, obturação manual: velocidade 5 segundos.
Depois do acto consumado respirei fundo e, dali de cima, olhei Aguim como se olha a amante já adormecida. Uff, amar cansa!
Zé Cipriano
5 de Maio de 2005 às 13:15
Esta foto está fantástica!
Acácio Simões
9 de Maio de 2005 às 16:40
Por acaso até está !
helena_fernandes
14 de Maio de 2005 às 17:50
sr. Manuel… já pensou em editar um livro ou qualquer coisa do genero???
se não pensou devia começar a pensar…
os seus post sobre a mnh terra deixam-me sempre a desejar mais… e tt q aprendo!!!
obrigado!