Num canto do parque de estacionamento algumas folhas secas rodopiam. Um saco plástico aparece do nada e rodopia também.
O vento levanta-o e deixa-o cair, quase o faz dobrar a esquina e o liberta, mas volta a puxá-lo para o canto.
Eu fico a olhá-lo por não ter nada que fazer.
O bailado do saco plástico anima o canto árido do parque de estacionamento.
As folhas secas atrás dele marcando o movimento. O meu olhar embalado pelo movimento. O meu pensamento atraído pelo olhar.
Que música tocaria o vento para inspirar aquele bailado?
Tudo tão árido em meu redor, e um alento de poesia sobre o asfalto.
Quase vi o rosto de Deus sorrindo.