Titanic

A crise é um barco a naufragar sem salva-vidas para todos.

O governo pede que sejamos patriotas e fiquemos no porão enquanto os passageiros da primeira classe se salvam.

Os sindicatos dizem que se não há salvação para todos, que vá tudo ao fundo.

Os políticos da orquestra de câmara continuam a fazer o que sabem e dão-nos música.

Aposto que neste filme os responsáveis não têm dignidade para se afogarem com o barco.

Publicado por

Manuel Bastos

3 comentários a “Titanic

  1. O Sr. Mexia também é patriótico nos seus 3 milhões a premiar "a excelência" na EDP…Será difícil gerir um monopólio???
    A tal "excelência" de que se fala não será mais do que um cumprir de funções obrigatório, que todos nós acarretamos nos nossos empregos (os que ainda os tem!!!), mas na "excelência" da população não existem 3 milhões, nem 300 mil, nem sequer 30 mil, nem 3 mil… Para muitos existe um salário de 475 euros, que pelo PEC (Plano de Esfolamento do Contribuinte), pagará mais para trabalhar, ou seja, IRS…
    Se ninguém pagar IRS quero ver onde vão buscar a receitas necessárias…
    Entretanto o preço dos combustíveis não pára de subir, engraçado é que são sempre os mesmos a pagar…

  2. O problema da EDP é cobrar electricidade a um preço superior à média europeia, num mercado monopolizado, como diz o Tiago.
    Já agora, é interessante saber que a EDP tem um endividamento de cerca de 14 mil milhões de euros, o que corresponde a 10% do PIB português e que um dos grandes investimentos são as energias renováveis nos EUA, que não são propriamente o mercado mais aberto a investimento estrangeiro (para mais português…).
    Tudo isto para concluir que nós, população portuguesa, não somos donos dos lucros da EDP, mas desconfio que seremos titulares de eventuais prejuízos que a má gestão da empresa possa acarretar.
    Eu, por mim, do alto do meu nobre sentimento patriótico, já estou a pensar aderir à Endesa (concorrente espanhola), não tanto pelos 5% de desconto directo na factura (serviço integralmente fornecido pela… EDP, apenas a facturação é espanhola…), mas pelo menos como forma de protesto. É que não há em Portugal empresa nenhuma que esfole tanto o cidadão comum como as ex-empresas estatais, jóias da Bolsa, EDP, Galp e PT. Basta ver que quando os preços dos combustíveis sobem, a Galp é a primeira a dar o exemplo. Mas quando descem, 1 cêntimo que seja, são duma inércia espantosa…

  3. "CITAM-SE A PAR, GRÉCIA E PORTUGAL"

    "Nós estamos num estado comparável sómente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento de caracteres, mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá… vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se a par, a Grécia e Portugal".

    Eça de Queirós, 1872, in "As Farpas"

Comments are closed.